Xiaomi
sofre com celulares de 'piratas' que têm vírus e roubam dados
1 de Julho de
2015 - Tecnologia/Midiacon
Empresas
chineses com frequência sofrem algum tipo de acusação que coloca em dúvida a
confiabilidade dos produtos. A Xiaomi não é exceção e duas vezes foi vítima das
suspeitas de empresas de segurança. Nenhum problema grave foi encontrado em
aparelhos da própria Xiaomi, mas consumidores precisam ficar atentos para não
acabar comprando um produto falsificado.
O primeiro
caso ocorreu no ano passado, quando a fabricante de antivírus finlandesa
F-Secure acusou o sistema da Xiaomi de enviar dados do telefone para servidores
da companhia em Pequim sem autorização. A Xiaomi explicou que essas informações
fazem parte do serviço de mensagens da companhia -- algo semelhante ao
"WhatsApp".
A acusação
mais grave foi em março de 2015, quando especialistas em segurança da empresa
"Bluebox" publicaram uma análise de um telefone celular da Xiaomi
afirmando que o aparelho vinha "infectado de fábrica". As pragas
digitais enviavam dados do telefone e exibiam anúncios. O celular ainda estava
com diversas configurações de segurança inadequadas que deixavam o aparelho
vulnerável.
O celular,
um Mi 4 LTE, porém, não era original. Com a ajuda da Xiaomi, a Bluebox acabou
descobrindo que se tratava de um telefone falsificado.
A
falsificação de aparelhos e produtos é um problema grande para a Xiaomi. Em uma
conferência de imprensa em abril, Lei Jun, CEO da empresa, culpou os produtos
falsificados pelas vendas abaixo do esperado para a bateria recarregadora Mi
Power Bank.
"Qual o
maior problema? Existem muitos produtos falsos. Se não tivesse falsificação,
nossas vendas iriam dobrar ou triplicar", disse o executivo, segundo o
site "Bloomberg".
Além de
acessórios como o Mi Power Bank e fones de ouvido, a Xiaomi também é vítima de
falsificação de celulares. Embora existam versões falsificadas de vários
produtos do mercado, os "piratas" da Xiaomi são muito mais
convincentes do que os "Hiphones". O aparelho analisado pela Bluebox,
por exemplo, tinha todas as etiquetas internas no mesmo lugar e hardware
idêntico ao do Mi 4 LTE verdadeiro.
A dimensão
do problema levou a Xiaomi a criar o aplicativo "AntiFake", que
detecta se um aparelho é falsificado ou não. No caso da Bluebox, porém, o app
não funcionou: o sistema era capaz de detectar e substituir o AntiFake legítimo
da Xiaomi por uma versão inclusa no telefone. Só quando essa versão falsa do
app foi removida é que o verdadeiro foi instalado com sucesso para identificar
a falsificação.
Embora a
Xiaomi esteja lançando apenas o modelo Redmi 2 no Brasil, já é possível
encontrar outros aparelhos da marca à venda, entre eles o Mi4, o Mi3 e o Redmi
Note. Isso não significa que todos os aparelhos são falsificados, mas é preciso
conferir a procedência antes de comprar. Além disso, entre esses aparelhos,
apenas o Redmi Note está homologado pela Anatel para funcionar em redes
brasileiras.
O Redmi 2
oficialmente distribuído pela Xiaomi será vendido apenas na loja virtual da
própria empresa, pelo menos inicialmente. As vendas devem começar no dia 7 de
julho.